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  • : Analyse institutionnelle : Théorie et pratique au sein des institutions politiques, éducatives et de recherche. L'implication des individus et des groupes dans la vie politique et sociale.
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7 juillet 2018 6 07 /07 /juillet /2018 09:06

 

Histórias de vida da Mangueira

 

 

 

Trivum vol.10 no.1 Rio de Janeiro jan./jun. 2018

Trivium - Estudos Interdisciplinares

versão On-line ISSN 2176-4891

Benyounès BellagnechI; Tradução: François LégerII

 

IEditor Geral da revista Les IrrAIductibles, Universidade Paris 8. Diretor da Coleção « Transductions » Universidade Paris 8. Endereço: 2 Rue de la Liberté, 93526 Saint-Denis, França. E-mail: benyounes3@wanadoo.fr 
IIProfessor de francês da Aliança Francesa e do Liceu Molière (Rio de Janeiro). E-mail: francoisleger7@hotmail.com

 

 

 

Resenha do livro de Lucia Ozorio. La favela de Mangueira et ses histoires de viés en commun. Travailler avec les périphéries. Paris. Edition Diffusion. 2017. 210 pgs

A primeira leitura de um trabalho de pesquisa nos leva a descobrir o que o autor quer transmitir ao leitor em termos de conhecimento, estilo, método de pesquisa, informação. O leitor é assim confrontado com a vontade do autor: tentativa de sedução, buscando aprovação e adesão. No entanto, quando o leitor deve dar conta de sua leitura do livro - o que é meu caso - ele deve mobilizar todos os meios à disposição para fornecer uma interpretação - o mais próximo possível do conteúdo do livro em questão.

Primeiro, quero enfatizar que, com a autora Lúcia Ozorio, compartilhamos o que chamamos de comunidade de referências, o que é uma vantagem tanto para ler, como para compreender como compartilhar com outros leitores nossas propostas e idéias. No entanto, embora este tipo de comunidade facilite a comunicação, não se opõe à particularidade e singularidade de cada autor-pesquisador, e esse é o aspecto que vou tentar relevar nesta minha leitura.

O livro A favela da Mangueira e suas histórias de vida em comum, trabalhando com as periferias é apresentado em duas partes: a primeira que podemos qualificar como teórica, com um rico e diversificado dispositivo conceitual e multi-referencial; uma segunda parte dedicada ao que eu chamo de atores da pesquisa e a suas histórias ilustradas com muitas fotos. Esta é apenas uma primeira impressão, porque as duas partes não são apenas sucessivas ou paralelas. Existe, de fato, um vínculo dialético entre teoria e prática, entre as duas partes, um vínculo reforçado pelo envolvimento do pesquisador em seu campo de pesquisa.

No entanto, deve-se notar que o que me estimulou para trabalhar com as favelas foi a condição destas de serem periféricas. Uma estética da existência, com modos de vida tão particulares, formas únicas de resistência à segregação, brotam desses espaços constituindo uma comunidade singular com sua cultura que marca sua diferença na cidade (p. 20).

Afastando-se da pesquisa clássica que consiste em abordar de modo distanciado de seu campo, com suas teorias e métodos aprendidos em bancos acadêmicos e aplicados cegamente em qualquer terreno, Lúcia Ozório procede de modo bastante diferente. Lá onde o pesquisador clássico como dizia com frequência René Lourau, pensa nos pobres com a mão estendida para o Estado e para o Capital, Lúcia Ozorio, na sua implicação nos adverte desde o início que sua pesquisa não obedece a nenhuma ordem; sua pesquisa é um tipo de auto-encomenda, parte de

um processo de pesquisa iniciado há anos: "Comecei a trabalhar como pesquisadora em Mangueira em 2003 e continuei até 2014" (p20). Trata-se de um trabalho de pesquisa que se increve num proceso muito mais antigo de pesquisa começado em 1990 com a comunidade também conhecida como favela do Parque Royal. .

Tive também a oportunidade de me expressar sobre a questão das periferias no prefácio de um outro livro de Lúcia Ozorio sobre este trabalho com o Parque Royal: Pensar as periferias, uma experiência brasileira. Se o caráter universal da contradição centro-periferia é confirmado pelo saber instituído que considera as periferias apenas como resíduos da história e do progresso, fontes de inquietação, violência e pobreza com suas parcelas de epidemias, doenças, insalubridade; o saber anti-institucional tenta mostrar outra face e outra realidade das periferias, contextualizando-as numa luta político - histórica. Onde o saber instituído se esforça para se afastar das periferias e empurrá-las às margens da sociedade, Lúcia Ozório coloca essas periferias no centro da pesquisa e da política. Para fazer isso, se inspira na noção de biopolítica de Michel Foucault analisada por Antonio Negri.

Dando a importância que as periferias têm na cena social, a autora explica como os modos de vida dos seus habitantes se inscrevem numa experiência existencial. Não se trata unicamente de uma experiência individual como poderiam sugeri-lo as histórias de vida pessoais ou biográficas, trata-se notadamente de experiências coletivas vividas em comum.

Esta pesquisa biográfica comunitária é um momento especial de experimentação. Todos nós que participamos deste processo, incluindo aqueles que são biografados, compartilhamos uma comunidade de destino, como diria Jacques Loew (1959), o que possibilita a compreensão da condição humana expressa nas narrativas" (p. 20).

A autora acrescenta:

Neste processo biográfico vivido com Mangueira, os participantes compartilham uma espécie de experimentação: a comunicação que pode dar elementos aqueles que acham difíceis as conexões entre as práticas coletivas e as experiências individuais. Como Michel Foucault responde a Ducio Trombadori, embora a experiência seja qualquer coisa que fazemos sozinhos, ela só pode ser feita se escapar à pura subjetividade e os outros podem atravessá-la, cruzá-la. Uma particularidade desse processo em Mangueira é a potência das fontes populares de narração de histórias de vidas, a matéria-prima deste trabalho (p 40).

Assim se fazendo, a experiência se torna coletiva e as histórias em comum dos atores dão lugar a uma força de vida política, qualificada pela pesquisadora, de uma comunidade de destino que reúne pesquisadores e outros atores através das histórias da vida.

Houve um tempo em que o conceito de comunidade me incomodava como leitor francês que sou: na cultura republicana jacobina, a noção de comunidade muitas vezes se refere ao comunitarismo - que é um fecchamento em si mesmo e em uma identidade cultural, religiosa, territorial ou linguística. Desde esta perspectiva evocar comunidade representa um perigo para o Estado que só reconhece os indivíduos - cidadãos, isolados uns dos outros, falando a mesma língua, tendo a mesma cultura e habitando o mesmo território e todos sob o controle de um Estado central. Assim as comunidades estão sob o poder do instituído através de instituições do Estado ou subordinadas a este. Uma comunidade que tenta se afirmar ou apresentar suas particularidades seria "perigosa" em relação à sociedade. Do ponto de vista político, esta perspectiva anima muitas propagandas ideológicas de direita e de extrema-direita na França em particular e na Europa em geral. Opondo-se a esta compreensão, podemos considerar que Lúcia Ozório faz uma ruptura conceitual com a visão ideológica dominante - que é um obstáculo à pesquisa sobre a problemática da comunidade -, usando o conceito de comunidade em um sentido dinâmico e histórico, colaborando com diferentes grupos de diferentes nacionalidades que trabalham com a questão das histórias da vida em comum da comunidade.

As histórias de vida comunitária são uma estratégia de abertura entre experiências que ajuda a compreender um comum-experiencial-intercultural que trabalha o cotidiano da Mangueira e que atravessa o processo de narração de histórias de vida de seus habitantes. O que realmente falta na prática política é a preocupação com o cotidiano e a riqueza da experiência que traz (p. 40).

Na verdade, a comunidade, que para alguns é uma fonte de inquietações e perigo, torna-se, no contexto deste trabalho de pesquisa, um domínio de vida, criação e encantamento do mundo. Este trabalho coletivo abre uma perspectiva e horizontes de vida e pesquisa longe da visão pessimista mencionada acima.

O cotidiano de Mangueira é o lugar político desta história, que afirma outra forma de tempo, a história do tempo presente. As pessoas de Mangueira com suas histórias de vidas constroem uma história de um tempo, presente, aberto a uma prática comum como práxis aberta da existência (M. Certeau, 1990, A. Negri, 2006, L. Ozorio, 2008, 2016) (p. 40).

Em comparação com o trabalho de pesquisa no Parque Royal, a pesquisa com Mangueira introduz a noção de dispositivo, que aparece com frequencia no texto. Note-se que, no âmbito do Grupo de Análise Institucional de Paris 8, ao qual Lúcia Ozório pertence, dois números da revista Les IrrAIductibles1 foram dedicados à questão dos dispositivos. Relevamos na pesquisa de Lúcia Ozório duas aplicações desta noção: o dispositivo como um conjunto de elementos materiais e humanos usados pelo pesquisador para realizar suas pesquisas em um determinado campo; o dispositivo com um segundo significado, mais global, abrangendo tudo o que é colocado à disposição pela comunidade na biopolítica, isto é, na sua realização existencial.

Embora dotada de uma impressionante bagagem conceitual e metodológica, e inspirações em Georges Lapassade - com quem teve a oportunidade de trabalhar - que deu especial importância ao trabalho de campo como fonte e propósito da pesquisa, Lúcia Ozório coloca em relação ao seu campo de trabalho mais perguntas do que certezas. Quando do seu primeiro dia em Mangueira, chamou-lhe a atenção as crianças que soltavam pipas no alto do morro. Este encontro lhe permite trabalhar a problemática da comunicação e a abertura da favela em relação a outros bairros da cidade e do mundo. Assim, o caminho de pesquisa que será traçado é sugerido por Mangueira. Perguntado sobre como lidar com questões de pesquisa sobre a favela, Celso dos Reis responde:

O mundo precisa conhecer as histórias das pessoas daqui. Há aqueles que pensam que as únicas atividades em Mangueira são o tráfico de drogas e a escola de samba. No meio de tudo isso, há a comunidade que ninguém conhece. Nós vamos fazer Papos de Roda (p. 57).

Assim, o caminho da pesquisa se precisa e o dispositivo das histórias de vida em comum é definido.

Sua implicação como pesquisadora se concretiza com sua integração no Papo de Roda, participando das reuniões como membro de pleno direito, participando das discussões, gravando as histórias da vida em comum, tirando fotos dos atores da pesquisa que são os habitantes de Mangueira. "A foto é reivindicada como um aliado de suas histórias de vida" (p. 77). Os lugares de encontro são as casas que se tornam lugares comunitários, o tempo do encontro. Esse modo de fazer estes lugares de encontro reflete a abertura da comunidade da Mangueira e a oportunidade de compartilhar não apenas suas histórias de vida, mas suas próprias vidas em comum. Lúcia Ozório mostra que a casa em Mangueira é um analisador que se refere a uma forma de autogestão do habitat, como confirmam as histórias que evocam a construção e história das casas onde os Papos de Rodas se realizam.

Lendo os fragmentos das histórias de vida em comum dos moradores de Mangueira, deparamo-nos com um saber comunitário rico, aberto, multi-referencial, multicultural, intergeracional, saber difícil de ser reproduzido nestas notas de leitura que ora escrevo. Na verdade, este dispositivo histórias de vida em comum revela a diversidade de histórias de cada um dos participantes, que são de origens diversas. Citemos Mama Africa, que se refere à "importação" de escravos pelos colonizadores portugueses, escravos cujos descendentes podem ser encontrados, muitos, bem mais tarde vivendo nas favelas. Portanto, não se trata apenas de um deslocamento de seres humanos, mas também de modos de existência e culturas: o samba é o exemplo mais conhecido do continente africano; mas não devemos esquecer outras práticas, religiosas, médicas, culinárias etc. Esta rica memória é ressuscitada nas histórias de vida em comum dos participantes dos Papos de Roda. Outros participantes nestes evocam suas origens de diferentes regiões do Brasil, regiões que não são menos ricas em material cultural e artístico. Este magma de pertenças e referências históricas, essa diversidade cria entre os habitantes uma riqueza cultural que é inestimável a nossos olhos. A música, a dança, a poesia e outras expressões artísticas criam laços de amor e solidariedade entre as pessoas de Mangueira que dão às suas vidas, no cotidiano, uma força de amor e esperança na sua capacidade de criar uma vida comum, longe dos clichês do saber instituído sobre as favelas.

Este livro de Lúcia Ozório não se contenta em trabalhar a biopolítica ém Mangueira, mas abre oportunidades de pesquisa em todo o mundo sobre as questões relativas às histórias de vida em comum e sobre as comunidades.

 

Referências

Ozorio, L. Pensando nas periferias, uma experiência brasileira, para um novo tipo de política pública de construção do comum. Coll. Pesquisa latino-americana. Paris: L'Harmattan, 2014.

 

1(1) IrrAductibles n º 6, Dispositivos I, IrrAductibles n º 7, Dispositivos II, 2004, 2005.

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22 juin 2018 5 22 /06 /juin /2018 12:09

Préface de Benyounès Bellagnech

 

 

Lucia Ozorio

 

PENSER LES PERIPHERIES UNE EXPERIENCE BRESILIENNE

 

Pour un nouveau type de politique publique de construction du commun

 

L'Harmattan

 

 

 

Réanimer le rêve pour enchanter les mondes. C'est par un rêve que l'on rentre dans cet ouvrage et ce n'est pas par hazard que cette posture se déploie dans le texte, car elle prolonge une tradition qui s'est installée dans le courant de la pensée institutionnaliste. René lourau situe le rêve au centre de l'implication. En effet, après avoir inscrit certains de ses rêves dans ses journaux, lesquels font partie intégrante de ses ouvrages, R. Lourau a esquissé une nouvelle approche du rêve qui tente d'aller au-delà de l'approche interprétative de la psychanalyse. Georges lapassade fait de même dans Essais d'analyse interne, 2008.

 

L'approche binaire, rêve-réalité ou encore inconscient-conscient, se trouve ébranlée, dépasseé lorsque le rêve transgresse son déroulement initial pour accompagner l'analyse et s'inscrire définitivement dans le texte. Ainsi Lùcia Ozorio donne une nouvelle dimension à l'implication du chercheur dans la recherche et dans la restitution sous forme d'un ouvrage impliqué. D'entrée de jeu, les lecteurs rencontreront les hommes du morro et l'épingle en guise d'introduction, et au fil des pages, ce rêve va fonctionner comme analyseur, sachant que l'analyseur guide le chercheur dans son terrain et lui sert de boussole.

 

Si l'on songe à la place accordée au rêve dans la pensée classique, on se rend compte qu'elle le situe dans la périphérie par rapport au centre qui serait le conscient. Lucia Ozorio tente ici un dépassement dialectique de cette position en plaçant le rêve au centre du texte, afin de penser les périphéries.

 

Une autre originalité de ce travail réside dans le traitement des périphéries. Rappelons que la question du centre et de la périphérie et de leur développement inégal, a été traitée d'abord par Samir Amin, dans une approche économique. Henri Lefebvre s'appuie sur ses analyses pour élargir la recherche sur le plan social et urbain et Lucia Ozorio prolonge la démarche en l'appliquant à la communauté. Pour l'auteur, il ne s'agit pas d'un centre et d'une périphérie au singulier, mais comme il est précisé dans le titre, il est question dans ce livre des périphéries au pluriel par rapport aux centres au pluriel également, car ces deux notions englobent l'espace-temps des communautés, leur lutte pour la vie contre les forces dominantes.

 

Les Favelas dont tout le monde se fait une idée, synonyme de pauvreté, dl logement et de la misère généralisée, ont dans cet ouvrageune traduction réelle, concrète te positive, représentée par la communaauté du Parque Royal. Par le biais de cet ouvrage, le lecteur se familiarise avec les habitants de cette favela, avec leur mode de vie, leur histoire, leur rêve, leur peine et leur joie et surtout avec leur mode d'action, social et politique, sur le plan de l'éducation, de la santé et de l'habitat.

 

Pour le lecteur francophone, la notion de communté telle que la développe Lucia Ozorio est salutaire à plusieurs titres. En effet, en France, la notion de communauté est connotée et renvoie souvent au communautarisme pour désigner la division, la ségrégation, la séparation et l'opposition au centre. Bref, il s'agit d'une périphérie nuisible à la cohérence d'une société supposée homogène, d'une Nation unique et indivisible ne laissant aucune place aux différences. L'auteure apporte de l'air frais à cette posture vieillissante, en reprenant le sens initial de la communauté qui s'appuie sur l'en commun de base des humains, c'est-à-dire le vivre ensemble dans la praxis, dans la création, dans l'espérance et dans l'oeuvre collective.

 

Toute lecture est une interprétation du su, du perçu et du conçu ; la mienne ne déroge pas à la règle. En effet, je peux affirmer ici que je me sens partie prenante dans la gestation de ce travail de recherche original ou du moins dans sa dimention ép istémique. Je fais partie avec l'auteure de cet ouvrage de la même communauté de références. Nous avons participé ensemble à la bataille contre certains gardiens et douaniers du savoir universitaire qui n'acceptent ni le contenu ni la forme du savoir produit par les communautés des favelas, par crainte de se sentir déstabilisés dans leur temple bureaucratique du savoir et de la pédagogie de l'impossible. A l'instar des habitants du Parque Royal, notre lutte est passée par des alliances au sein et à l'extérieur de l'institution universitaire afin de faire valoir la validité de cette recherche, entre autres. Notre mouvement s'est traduit par la création de la revue Les irrAIductibles et la collection universitaire "Transductions". Lucia Ozorio participe activement à cette action et devient l'un de ses représentants internationaux au Brésil et ailleurs.

 

L'implication présentée et anlysée par l'auteure de ce livre nous renvoie à nos implications, d'où la singularité relative de son terrain le Parque Royal par rapport à l'universalité des favelas si l'on peut s'exprimer ainsi. Si Guy Berger fait la remarque suivante sur le nom des "favelas", le comparant à la dénomination "La Cité" ou "Les Cités" donnée par les banlieusards à leurs quartiers, je peux faire la même remarque sur les bidonvilles au Maroc où l'on retrouve le même procédé quant à la dénomination des quartiers. Ainsi, j'ai connu un quartier situé dans la périphérie de Meknès, un des bidonvilles de la ville dont le nom est Borj Moulay Omar, et Borj signifie citadelle d'un notable. On y retrouve la même volonté de valorisation du quartier dans ce cas précis qu'aux favelasdu Brésil, face aux forces étatiques et sociales qui tentent de marginaliser ces quartiers en les criminalisant pour le exclure et les mettre au banc de la société.

 

Dans cet ouvrage, les connaisseurs de l'analyse institutionnelle reconnaîtront la machine conceptuelle qui permet un certain type d'intervention et une socianalyse sans commande étatique ou finnacière, mais une implication permanente et durable sur le terrain de la recherche. Il faut souligner que que Lucia Ozorio est en contact permanent avec la communauté du Parque Rpyal depuis plus de dix ans. Elle réussit ainsi à réaliser un des objectifs de l'analyse institutionnelle qui tend, entre autres, à ce que l'analyse soit faite est généralisée par les acteurs sociaux, en l'occrence dans ce cas par les habitants des favelas.

 

D'autres approches sont à l'oeuvre dans ce livre tels que l'interculturel, les récits de vie, la narration, l'autogestion et la réflexion qui rejoignent dialectiquement l'action des habitants des favelas. Les étudiants, les chercheurs, les intellectuels, les curieux et les professionnels de santé, de l'urbanisme... trouveront là des outils pour approfondir la connaissances des périphéries.

 

L'un des souhaits des habitants du Parque Royal est que leur vie et leur histoire soient connues partout. Cet ouvrage est un support permettant de transmettre ce message d'espoir et de le faire connaitre aux autres mondes des favelas ou à leurs équivalents dans d'autres pays, autres que le Brésil.

 

 

Benyounès Bellagnech

Rédacteur en chef de la revue Les irrAIductibles

Directeur de la collection "Transductions" Université Paris8

Président de l'association Analyse institutionnelle sans frontière

 

 

 

 

Préface de Benyounès Bellagnech
Préface de Benyounès Bellagnech
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13 juin 2018 3 13 /06 /juin /2018 10:11

 

Lecture de :

LA FAVELA DE MANGUEIRA ET SES HISTOIRES DE VIE EN COMMUN

Travailler avec les périphéries1

Lucia Ozorio

 

La première lecture d'un travail de recherche est amenée à découvrir ce que l'auteur veut transmettre au lecteur en termes de savoir, de connaissances, de style, de méthode de recherche, d'informations; le lecteur se trouve devant la volonté de l'auteur dans sa tentative de séduction, de recherche d'approbation et d'adhésion. Toutefois, lorsque le lecteur est tenu de rendre compte de sa lecture de l'ouvrage, ce qui est mon cas, il mobilise tous les moyens dont il dispose pour apporter une interprétation plus proche possible du contenu de l'ouvrage en question.

Je tiens, tout d'abord, à souligner qu'avec l'auteur Lucia Ozorio, nous partageons ce que nous appelons la communauté de références, ce qui représente un avantage et pour lire et pour comprendre et enfin pour partager avec d'autres lecteurs nos propositions et nos idées. Cependant, bien que cette communauté de références facilite la communication, elle ne s'oppose pas à la particularité et à la singularité de chaque auteur- chercheur, et c'est bien l'aspect que je vais tenter de relever dans ce propos.

« La favela de mangueira et ses histoires de vie en commun, travailler avec les périphéries » nous est présenté en deux parties : la première partie que l'on peut qualifier de théorique, faisant appel à un appareil conceptuel riche, diversifié et multiréférenciel. La deuxième partie est consacré à ce que j'appelle les acteurs de la recherche et à leurs récit illustrés avec des photos. Ce n'est là qu'une première impression, car les deux parties ne sont pas uniquement successives ou parallèles. Il y a bel et bien un lien dialectique entre la théorie et la pratique, entre les deux parties, assuré par l'implication du chercheur dans son terrain de recherche. « Pourtant il faut relever que ce qui m'a poussé à travailler avec les favelas a été leur condition d'être périphériques. Une esthétique de l'existence, avec des modes de vie si particuliers, des manières uniques de résister aux ségrégations, jaillit de ces espaces constituant une communauté singulière avec sa culture qui marque sa différence dans la ville ». p 12.

En effet, loin des sentiers battus de la recherche, suivis par la recherche classique, qui consiste à aborder un terrain de recherche d'en haut en s'appuyant sur des théories et des méthodes apprises sur les bancs de l'université et appliquées aveuglément sur tout terrain ; Lucia Ozorio procède autrement. Là où le chercheur classique tente de suspendre son implication, en ayant les yeux rivés sur les pauvres et la main tendue à l'Etat et au Capital comme le disait souvent René Lourau, lucia Ozorio nous averti d'entrée de jeu que sa recherche n'obéit à aucune commande ; sa recherche est une sorte d'auto-commande qui s'inscrit dans une longue recherche poursuivie depuis des années. « J 'ai commencé à travailler comme chercheuse à Mangueira en 2003 et poursuivi jusqu'à 2014 » p20. Loin de rendre compte d'une manière exhaustive, l'ouvrage sous nos yeux n'est qu'une partie infime du travail de recherche effectué avec les habitants de Mangueira. Ce travail de recherche s'inscrit également dans un long processus entamé auparavant par le travail avec la communauté du Parque Royal qui est aussi une favela.

J'ai eu l'occasion de m'exprimer sur la question des périphéries dans la préface de l'ouvrage « Penser les périphéries, une expérience Brésilienne » de Lucia Ozorio.2 Si le caractère universel de la contradiction centre-périphérie se confirme par le savoir institué qui stipule que les périphéries ne sont que des résidus de l'histoire et du progrès ; sources d'inquiétude, de violence et de pauvreté avec ses lots d'épidémies, de maladies, d'insalubrité, le savoir anti-institutionnel tente de démontrer un autre visage et une autre réalité des périphéries, les plaçant dans le cadre d'une lutte politique historique. Là où le savoir institué s'efforce d écarter et de repousser la périphéries dans les retranchements et les marges de la société Lucia Ozorio replace ces périphéries au centre de la recherche et du politique. Pour ce faire, elle a recours à la notion du bio-politique empruntée à Michel Foucault qui a consacré une majeure partie de ses travaux à ce qui est considéré comme marginal dans la société.

Les périphéries mises au sommet, l'auteur explique comment l''action et la vision des habitants sontt inscrites dans une expérience existentielle. Il ne s'agit pas d'expérience uniquement individuelle, comme peut le suggérer les histoires de vie personnelle ou biographique, mais, il s'agit bel et bien d'expérience collective vécues en commun. « Cette recherche biographique-communautaire est un moment spécial d'expémentation. Nous tous qui participons à ce processus y compris ceux qui sont biographiés partagent une communauté de destin, comme dirait Jacques Loew (1959) qui rend possible une compréhension de la condition humaine exprimée dans les narrations ». p20 . Plus loin l'auteur ajoute « Dans ce processus biographique vécu avec Mangueira, les participants vivent une sorte d'expérimentation : la communication qui peut donner des éléments à ceux qui trouvent difficiles les connexions entre les pratiques collectives et les expériences individuelles. Comme répond Michel Foucault à Ducio Trombadori, quoique l'expérience soit quelque chose que nous faisons seul, elle ne peut se faire complètement que si elle échappe à la pure subjectivité et que les autres peuvent la croiser, la transversaliser. Une particularité de ce processus à Mangueira, c'est la puissance des ressources populaires de narration de récits de vies, la matière première de ce travail. » P40.

Ce faisant, l'expérience devient collective et l'histoire en commun des acteurs donne lieu à une force de vie politique qualifiée par le chercheur de communauté de destin rassemblant chercheur avec les autre acteurs aux travers des récits de vie. Pour le lecteur français comme moi, ce fut un temps où la notion de communauté nous faisait bondir, car dans la culture républicaine jacobine la notion de communauté renvoie très souvent au communautarisme qui est un repli sur soi et sur une identité culturelle, religieuse, territoriale, ou linguistique fermée . Dans cette optique, évoquer les communautés représente un danger pour L'Etat qui ne reconnaît que les individus-citoyens, isolés les uns por rapport aux autres, parlant la même langue, ayant la même culture et habitant un même territoire et le tout sous le contrôle d'un Etat central. Ainsi les communautés subissent le pouvoir de l'institué par le biais des institutions étatiques ou subordonnées à l'Etat. Une communauté qui tente de s'affirmer ou de mettre en avant ses particularités serait «  dangereuse » par rapport à la société fermée. Sur le plan politique, cette vision fait le choux gras idéoligique de la droite et notamment de l'extrême droite en France en particulier et en europe en général.

A l'opposé de cette vision, nous pouvons considérer que Lucia Ozorio opère une rupture conceptuelle avec la vision idéologique dominante qui est un obstacle à la recherche sur la question de communauté ; en utilisant le concept de communauté dans un sens dynamique et historique. En contribuant aux différents groupes de plusieurs pays qui travaillent en commun sur la question des récits de vie en com3mun de la communauté.  « Les récits de vie communautaires sont une stratégie d'ouverture entre expérience qui aide à comprendre un commun-expérientiel-interculturel qui travaille le quotidien de Mangueira et qui traverse le processus de narration de récits de vie de3 ses habitants. Ce qui fait vraiment défaut à la pratique politique, c'est le souci du quotidien et la richesse de l'expérience qu'il porte .» P40. En effet, la communauté qui pour certains est source d'inquiétude et de danger, devient, dans ce travail de recherche un domaine de vie, de création et d'enchantement du monde . Il ouvre ainsi une perspective et des horizons de vie et de recherche loin de la vision pessimiste évoquée ci-dessus. « Le quotidien de Mangueira est le lieu politique de cette histoire, qui affirme une autre forme de temps, l'histoire du temps présent. Les habitants de Mangueira avec leurs histoire de vies construisent une histoire d'un temps, présent, ouvertà un commun comme praxis ouverte de l'existence ( M. Certeau, 1990 ; A. Negri, 2006 ; L. Ozorio ; 2008 ; 2016). » P. 40.

Par rapport au travail de recherche sur le Parque Royal, la recherche sur Mangueira introduit la notion de dispositif qui revient assez souvent dans le texte. Il est à noter que dans le cadre du groupe d'analyse institutionnelle de Paris 8, dont Lucia fait partie, nous avons consacré deux numéros de la revue Les Irraiductibles3 à la question des dispositifs. On retiendra de la recherche de Lucia Ozorio deux applications de cette notion : le dispositif comme ensemble d'éléments matériels et humains mis en œuvre par le chercheur pour mener sa recherche sur un terrain donné. Le deuxième sens étant plus global et recouvre tout ce qui est mis à la disposition par la communauté dans la bio-politique, c'est-à- dans sa réalisation existentielle.

Bien qu'elle soit doté d'un impressionnant bagage conceptuel et méthodologique, et inspiré par Georges Lapassade, avec lequel elle a eu l'occasion de travailler et qui accordait une importance particulière au travail du terrain comme source et finalité de la recherche, Lucia Ozorio aborde son terrain avec davantage de questions que de certitudes. Lors de son premier déplacement, elle est attirée par des enfants qui jouent aux cerfs-volants dans les hauteur de la favela de Mangueira ; Cette rencontre lui permet de traiter de la question de la communication et de l'ouverture de la favela sur les autres quartiers de la ville et sur le monde. Toutefois, la piste de recherche qui sera empruntée est est suggérée par Mangueira. A la question de savoir comment faire pour traiter des questions de recherche sur la favela, Celso dos Reis répond « Le monde a besoin de connaître les histoires des gens d'ici. Il y a ceux qui pensent que les seules activités à Mangueira sont le trafic de drogue et l'école de samba. Au milieu de tout ça il y a la communauté que personne ne connait. Nous allons faire des Papos de Roda. » P.57. Ainsi la voie de la recherche se précise et le dispositif des histoires de vie en commun voit le jour.

L'implication du chercheur se concrétise par son intégration dans le groupe de Papos de Roda en participant aux réunion comme membre à part entière qui participe aux discussions, enregistre les récits de vie en commun, prend des photos des acteurs de la recherche qui sont les habitants de Mangueira. « la photo revendiquée comme une alliée de leurs histoires de vie » p 77. Les lieux de rencontres sont les maisons qui deviennent, des lieux communautaire le temps de la rencontre. Cette facilité de trouver les lieux de rencontres reflète l'ouverture des habitants de Mangueira et la possibilité de mettre en commun non seulement les récits de vie , mais la vie en commun tout court. Lucia Ozorio nous dit que la maison à Mangueira est un analyseur qui renvoie à une forme d'autogestion de l'habitat, ce que confirme les récits en parlant de la construction et de l'histoire des maisons dans lesquelles se déroulent les Papos des rodas.

A la lecture des extraits de récits des histoires de vie en commun des habitants de Mangueira, on se retrouve face à un savoir communautaire, riche, ouvert, multi-référentiel, multiculturel, intergénérationnel, qu'il est difficile de reproduire dans ce bref propos. En effet ce dispositif des récits de vies en communnous révéle d'abord la diversité des histoires de chacun des participants qui sont d'origines diverses à commencer par Mama Africa d'où étaient importés des esclaves par le colon portuguais et dont beaucoup de petits enfants se retrouveront plus tard dans les favelas. Il ne s'agit pas seulement d'un déplacement d'êtres humains, mais aussi de modes d'existence et de cultures : La samba est l'exemple le plus connu provenant de L'Afrique, mais on oublie souvent d'autres pratques, religieuses, médicales, culinaires etc. Cette mémoire riche est réssucitée par les récits de vie en commun des participants aux Papos de Roda. D'autres y évoquent leurs origines de différentes régions de Brésil qui ne sont pas moins riches en matière culturelle et artistique. Ce magma d'appartenances et de références historiques, cette diversité crée entre les habitants une richesse culturelle inestimable à leurs yeux. La musique, la danse, la poésie et autres expressions artistiques créent des liens d'amour et de solidarité entre les habitants de Mangueira donnant à leur vie quotidienne une force de vie, d'amour et d'espérance dans leur capacité de créer une vie commune loin des clichés du savoir institué sur les favelas.

Cet ouvrage de Lucia Ozorio ne se contente pas de relater la bio -politique de Mangueira, mais ouvre perspectives de recherche dans le monde sur les questions de récits de vie en commun et des communautées. 

 Benyounès Bellagnech

 

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1Lucia Ozorio, La favela de mangueira et ses histoires de vies en commun, Travailler avec les périphéries, Ed ; L'Harmattan, Coll. Histoire de vie et formation , Paris, 2016

2Lucia Ozorio, Penser les périphéries, une expérience brézilienne, Pour un nouveau type de poliique publique de construction du commun, ED. L'Harmattan, Coll. Recherches Amériques Latines, Paris, 2014

3Les IrrAIductibles n°6, Des dispositifs I, Les IrrAIductibles n°7, Des dispositifs II, 2004, 2005.

 

 

 

 

 

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10 février 2014 1 10 /02 /février /2014 16:18

 

Du jeu dans la relation pédagogique

 

Le 21/02/11 3h25 Schubert, piano trio

 

 

 

Je crois que mon ordinateur va bientôt aller rejoindre la souris....

 

 

Je viens de travailler sur la dernière séquence du cours sur le journal. Je n'en ai fait que la moitié car elle est très longue. Je retranscrirai mes notes mais aussi celles sur les chapitres 5 et 6 de Lapassade ce soir.

 

 

Julie a envoyé un message sur le forum concernant le retour de Luca sur son journal. La note est bonne mais les mots sont rudes et elle a du mal à les accepter.

 

 

Je crois que cet enseignant n'est pas un mauvais bougre mais il ne se rend pas compte de la violence de sa communication.

 

 

Je peux le comprendre car il m'arrive souvent aussi d'être violente, et puis je ne sais son âge mais au regroupement il m'a paru jeune.

 

 

Je m'aperçois que je n'ai pas mentionné ma note en psychosociologie dans ce journal. 18!

 

 

C'est une très bonne note mais je ne sais ce qu'elle vaut. Autant pour Augustin, j'avais fait un beau travail de présentation dont j'étais satisfaite et qui m'a apportée de plus beaucoup de plaisir. Autant pour Luca, devant l'urgence, j'ai balancé mon journal brut.

 

 

Je sais avoir travaillé sur la psychosociologie, mais je ne sais si ma note n'est pas due à l'accroc qui s'est produit entre nous. Peut-être s'est-il senti coincé. S'il me mettait une mauvaise note cela aurait pu vouloir signifier qu'il sanctionnait ma réactivité, ce qui posait problème vu le contenu de l'enseignement et la lecture de L'arpenteur qu'il nous avait offert. Et puis il prenait le risque que je lui demande des comptes. Ou peut-être que ma note est due justement à cette mini contestation que finalement il a apprécié et que du coup, il a noté cela et non le contenu du journal.

 

 

Lorsque j'ai vu qu'il avait fait un commentaire sur le journal de J., je me suis demandée si j'allais solliciter un retour sur le mien également. Je sais avoir mis une petite pique dedans lorsque j'évoque le texte d'Enriquez et que je mets « passage censuré » ensuite. C'est de la provocation. Mais il m'avait cherchée. La critique constructive ne me dérange pas, au contraire, mais le mouchage, c'est autre chose. Et sa réaction sur le forum, je l'avais vraiment pris pour un mouchage.

 

 

D'un autre côté, c'est bien aussi de moucher les autres de temps en temps, on prend le risque de se faire moucher en retour. Ça réveille, ça dynamise. Juste, il faut savoir à qui on le fait, si l'autre peut le supporter, s'il est de taille. C'est un jeu le mouchage. Je te mouche, tu me mouches. On s'amuse quoi.

 

 

Ce jeu a-t-il sa place dans une relation formateur-formaté? N'y a t-il pas des risques de dérive?

 

 

 

Y a-t-il forcement jeu dans la relation pédagogique?

 

 

(...)

 

 

Hélène M.

 

http://lesanalyseurs.over-blog.org

 

http://journalcommun.overblog.com/

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13 octobre 2013 7 13 /10 /octobre /2013 10:28

 

L’Analyse Institutionnelle au Brésil

 

Ouvrage collectif coordonné par Lucia Ozorio

Paris, Editions AISF, coll. Transductions, 2005, 202p.

 

 

 

(fin)

 

 

 

Heliana de Barros Conde Rodrigues présente sa contribution de la manière suivante : « Cet article fait partie d’un petit ensemble d’études à partir desquelles j’ai essayé de reconstruire les liens entre la genèse théorique et la genèse sociale des concepts de l’Analyse Institutionnelle (…).

 

 

Ici, nous parlerons surtout de la deuxième moitié des années 1970, où commence (ou du moins quand devient plus évident) ce que l’on a coutume de désigner comme « fin du Welfare State », « économie post-fordienne », « globalisation neo-libérale » et autres expressions analogues. Nous donnerons la priorité à des processus et des événements en France, ce qui ne signifie pas que la dispersion dont nous parlerons s’interrompra aux frontières de ce pays : la genèse sociale abordée implique un kaléidoscope mondialisé (…).

 

 

Cette période a une importance spéciale pour notre présent : l’intellectualité d’alors entreprend une sorte de bilan dont nous sommes encore tributaires, aussi bien en raison de ses échecs et abandons que de son éventuelle puissance ».

 

 

Cette étude croise l’histoire de l’AI  au paragraphe « L’Analyse Institutionnelle à l’Université: capitulation ou résistance ? » et revisite notre histoire d’une manière bien différente de celle abordée dans nos livres d’histoire.

 

 

 

Lucia Ozorio dans son introduction nous dit : « Je m’intéresse à ce que Edson amène, une sorte de rencontre entre le désir et la praxis. Comme il le dit, cela n’implique pas une réduction des désirs et de l’imagination ».  

 


Le texte d’Edson Luiz André de Sousa porte sur le concept d'utopie. Il montre la fonction critique de celui-ci dans l'histoire de la culture. Il essaie d'apporter des éléments d'analyse qui nous aident à comprendre pourquoi l'utopie est entrée en déclin dans notre contemporanéité. A partir de l’œuvre de quelques artistes (Evgen Bavcar et Christo) et surtout à partir d'une réflexion sur l'expérience de création, il démontre que tout acte de création est un acte utopique.

 

 

Edson Luiz André de Sousa s’interroge « Un jour, j’ai entendu une personne qui disait la phrase suivante : « Ce qui sépare la fiction de la réalité, c’est un simple geste ». Comment donc un geste, un mouvement qui, à la limite, est celui du désir, peut-il avoir ce pouvoir transformateur de la réalité ? »

 

 

Pour lui, « Expérience et utopie nous renvoient directement au désir.

 

 

Mais comment faire pour être un peu plus en phase avec ce que nous désirons, et ce aussi bien au niveau individuel que collectif ? »

 

 

Pourquoi l’Utopie est-elle si discréditée de nos jours ? Pourquoi le fait de parler d’utopie est-il une manière de déqualifier l’expérience de la réflexion ?

 

 

Nous pouvons penser l’utopie comme l’introduction d’un étranger, qui nous permet de jeter un autre regard sur le paysage que nous avons devant nos yeux. L’utopie vient donc s’opposer à la tendance à la répétition. Il prend l’exemple d’Evgen Bavcar, photographe aveugle.

 

 

« Les utopies fonctionnent donc comme des ancres symboliques. Créer implique instaurer une existence. Toute création s’inscrivant dans la culture comme œuvre de l’esprit cherche à fonder une façon de regarder et une forme singulière de partager une expérience ».

 

 

Il associe l’utopie au droit de rêver.

 

 

Il s’attaque aux fausses utopies qui ont engendré des dogmatismes et des dictatures dominatrices. « Notre temps a créé un nouveau type d’anesthésie des sens par excès de stimuli et, plus que cela, par l’impératif qui impose une consommation à tout prix ». « Nous vivons une profonde confusion entre l’ordre du singulier et l’ordre de l’individuel ».

 

 

« Il est de plus en plus nécessaire d’avoir une utopie qui remplisse la fonction de réveil et qui puisse combattre les multiples visages de la violence à laquelle nous nous confrontons : la violence du dogmatisme, la violence de l’hégémonie des formes du sens commun qui empêchent l’apparition du nouveau, en anesthésiant les singularités, la violence des discussions politiques vides d’attitudes ».

 

 

Cette fiche de lecture abordant succinctement les contributions de chaque auteur ne rend pas compte de la richesse de chaque texte, qui à chaque fois, nous ouvre les yeux sur une réalité différente.

 

 

Bernadette Bellagnech

http://lesanalyseurs.over-blog.org

Publié in Les IrrAIductibles n°10

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11 octobre 2013 5 11 /10 /octobre /2013 09:26

 

L’Analyse Institutionnelle au Brésil

 

Ouvrage collectif coordonné par Lucia Ozorio

Paris, Editions AISF, coll. Transductions, 2005, 202p.

 

 

(suite)

 

 

La recherche de Jacyara Carrijo Rochael-Nasciutti concerne le coopérativisme. En effet, « la prolifération de coopératives au Brésil ces 10 dernières années, se présentant comme une solution alternative au chômage récent et aux changements dans le système de production économique, éveille des questionnements et suscite des études dans les différents domaines du savoir scientifique concernés par ce thème, notamment dans l’économie et l’administration. (…) Cependant, peu d’études ont été effectuées dans le sens de réfléchir à la re-signification du lieu du sujet social dans la structure coopérativiste. Celle-ci s’oriente vers le redimensionnement du sens subjectif du travail et vers des relations sociales, institutionnelles, dont la notion de travail diffère de celles des structures cristallisées du modèle traditionnel des entreprises ».

 

Elle porte son intérêt « prioritairement sur l’étude des coopératives populaires, en raison de l’importance grandissante qu’elles occupent dans le contexte socio-politique actuel du Brésil qui se reflète dans leur augmentation expressive et quantitative. Le rapport de conformité de leurs objectifs primordiaux avec la doctrine fondatrice du coopérativisme nous intéresse également. Les contradictions et conflits entre l’application de la doctrine coopérativiste et la tendance actuelle d’incorporation des coopératives au modèle de mondialisation économique se répercutent de manière incisive dans leur dynamique fonctionnelle et se diffusent chez leurs adhérents au niveau personnel. C’est à travers les coopératives que nous pourrons appréhender, de façon plus nette, les aspects psychosociaux attachés à leurs objectifs facilitateurs de l’exercice de la citoyenneté. Nous tenons aussi compte du pouvoir croissant des acteurs sociaux ».

 

Le biais institutionnel lui a semblé adéquat à l’étude des coopératives populaires. « La relation individuelle avec l’institution s’enracine dans l’identité sociale, culturelle et politique, qui se « produit » dans la pratique quotidienne avec la mobilisation d’investissements et de représentations chez les acteurs sociaux qui peuvent ainsi s’identifier à la société en général ».

 

« La doctrine coopérativiste ne se restreint pas à une forme d’organisation des relations de travail. Il ne semble pas que cette doctrine ait été engendrée pour servir ou obéir aux divers régimes politico-économiques auxquels elle s’insère, même si l’on essaie de l’adapter. Elle peut donc exister dans n’importe quel régime. Mais, elle apporte dans son essence un point conceptuel qui rompt avec l’individualisme, avec la hiérarchie du pouvoir. Cette doctrine pose comme postulat des formes alternatives de sociabilité qui existent à un niveau micro-politique ».

 

 

 

Sônia Altoé : « Tout en retraçant les chemins que j’ai parcourus pendant la construction de mes choix professionnels et en analysant la manière dont je m’y suis impliquée, j’envisage d’aborder quelques caractéristiques qui approchent et distinguent l’analyse institutionnelle de la psychothérapie institutionnelle – la première agissant plutôt dans la sphère éducationnelle,  bien qu’elle ne soit pas spécifique de ce domaine et permette une action plus diversifiée, et la seconde agissant dans le domaine de la santé mentale.

 

Son parcours en analyse institutionnelle croise le  mouvement français.

 

Elle nous expose ses expériences en tant que psychologue dans des internats-prisons situés dans la périphérie de Rio de Janeiro, ainsi qu’à l’intérieur de l’Etat. Cela concernait une population de deux mille enfants de tranches d’âge différentes, allant des nouveaux-nés aux adolescents de 18 ans. Dans ces établissements, « deux questions surgissaient simultanément : celle de l’éducation et celle de la santé que l’institution se devait de promouvoir ».

 

« Face à la demande de promouvoir « un changement de mentalité » chez les fonctionnaires qui travaillaient directement avec les enfants internes – de manière à ce que ceux-ci deviennent « des  éducateurs » au lieu de simples surveillants, responsables de l’ordre et de la discipline – et étant donné mon intention de rendre la prestation de service institutionnelle plus adéquate aux nouveaux questionnements qui apparaissaient, j’ai proposé un travail fondé sur l’analyse institutionnelle, et ce sans pour autant cesser de répondre aux demandes d’appui psychologique de l’enfant interne et sans cesser d’offrir aux professeurs de l’orientation en développement infantile ou sur d’autres thèmes sollicités par eux ».

 

Elle relate son intervention la plus difficile dans l’école Santos Dumont, à Ilha do Governador, qui abritait des jeunes filles considérées comme « délinquantes », puis analyse son travail dans un ensemble d’établissements éparpillés dans la ville de Rio de Janeiro, à l’intérieur de l’Etat, ayant un fonctionnement semblable à celui d’une institution totale, ségréguant des enfants et adolescents, les séparant de leurs familles, leur offrant un logement, de la nourriture et une école formelle de mauvaise qualité, créant d’innombrables problèmes d’ordre émotionnel, social et éducationnel.

 

 

(...)

 

 

 

Bernadette Bellagnech

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Publié in Les IrrAIductibles n°10

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10 octobre 2013 4 10 /10 /octobre /2013 14:13

L’Analyse Institutionnelle au Brésil

 

Ouvrage collectif coordonné par Lucia Ozorio

Paris, Editions AISF, coll. Transductions, 2005, 202p.

 

 

(suite)

 

 

La recherche-intervention de Marisa Lopes Da Rocha est centrée sur une école publique qui se trouve à côté d’une communauté pauvre de la ville de Rio de Janeiro.


Dans ce travail, l’équipe de travail est composée de chercheurs et de stagiaires rattachés au département de Psychologie Sociale et Institutionnelle et au Service de Psychologie Appliquée s’interroge « sur les facteurs prépondérants qui, à l’école, agissent sur la formation des élèves de classe populaire, car c’est l’organisation qui, dans notre société, actualise les institutions essentielles à la construction de la subjectivité. C’est dans le quotidien de l’école que l’équipe cherche à soulever les questions issues des conflits qui s’établissent entre la pratique de l’éducateur et la réalité des élèves, en ayant comme objectif la construction collective de projets de changement de la réalité ».

 

 

La recherche-intervention, menée dans des établissements d’enseignement scolaire, met l’accent sur les équipes qui s’occupent des élèves et des familles dans leur quotidien. Diverses questions se sont révélées être des impasses difficiles à surmonter : la question économique qui induit un important turn-over dans le système d’enseignement, la qualification professionnelle nécessaire à la diversification du travail avec une population toujours hétérogène ; les relations verticales qui engendrent, à l’intérieur de l’école, une forme de paternalisme qui aboutit à une désappropriation en chaîne des initiatives et des luttes du collectif ; la dure routine où le désir de connaître ne se traduit pas par l’intérêt d’apprendre - difficulté qui concerne non seulement les élèves, mais également les professeurs.

 

 

« Modifier la réalité, créer de nouveaux projets qui puissent mobiliser les conflits qui existent dans les modèles, cela signifie ouvrir la voie à des changements significatifs dans les institutions actualisées, dans les pratiques éducationnelles, dans les critères qui justifient la norme scolaire ».

 

 

« Cette perspective implique la rupture avec la bureaucratisation, forme naturelle d’organisation qui prescrit le quotidien à travers l’actualisation de modèles, d’évaluations permanentes et de sanctions qui disposent-classent par séries et rectifient, mécanisant les sujets dans les habitudes ».

 

 

« Analyser constamment le quotidien, c’est travailler à partir de pratiques comme sources productrices de connaissances ».

 

 

« En ce qui concerne l’enseignement public brésilien, - qui subit de fréquents changements issus des bureaux, dans le but de surmonter les questions qui mènent au non-apprentissage- , le défi serait de rendre aux éducateurs des conditions d’analyse, d’évaluation et de propositions de différents chemins pour la vie scolaire, en articulant les mouvements les plus larges, afin d’améliorer les conditions d’enseignement, avec les mouvements singuliers qui révèlent le quotidien des relations scolaires. Cela ne signifie pas une individualisation des problèmes de l’éducation, mais, au contraire, une analyse des implications des questions les plus générales dans les actions de chacun des groupes liés à l’école ».

 

 

« C’est dans le quotidien de ce travail que nous cherchons à soulever les questions issues des conflits qui s’établissent entre la pratique de l’éducateur et la réalité des élèves, avec pour objectif la construction collective de projets de changement de la réalité ».

 

 

 

Alfredo Martín nous montre à travers des exemples comment l’Etat inconscient fait son chemin en nous.

 

 

Il évoque tout d’abord l’exclusion et les exclus ce génocide invisible et quotidien en train de se/nous consommer. « Ce processus de culpabilisation massive, par lequel (implicitement ou explicitement), on attribue la faute à la victime, aux porteurs des symptômes, est l’un des premiers mécanismes excluants de l’Etat inconscient, dont nous essaierons, dans cet article, d’analyser quelques dimensions de sa logique ».

 

 

« On attribue la causalité du phénomène à celui qui porte les symptômes et subit les conséquences de cette stigmatisation. C’est la logique de la terreur d’Etat, de l’Etat terroriste, la logique même des tortionnaires (si je te torture, c’est de ta faute, disaient les geôliers argentins), des bureaucrates (ce n’est pas de ma faute, je n’ai fait qu’obéir aux ordres), des complices (je ne savais rien, je n’ai rien vu) et des commanditaires (je ne regrette rien, je l’ai fait pour une cause supérieure) ».

 

 

 

Il décrit ensuite plusieurs interventions socianalytiques menées au Brésil et en France :


- une expérience de sociodrame institutionnel avec une trentaine de militants d’une importante section syndicale à Rio, secteur, durement éprouvé pendant des années de dictature,


- une deuxième expérience sur le même thème avec un groupe très hétérogène d’une vingtaine de professionnels de la santé, réunissant psychologues, assistantes sociales, psychanalystes, artistes, coordinateurs de groupes de formation, journalistes, éducateurs, etc. Beaucoup d’entre eux avaient une large expérience de travail dans ce domaine, ayant été confrontés aux graves problèmes de la santé publique brésilienne et voulant y répondre par la création de structures coopératives populaires autogérées.


- un premier séminaire intensif d’initiation à l’économie solidaire et à l’autogestion, organisé par un des sept centres de formation syndicale au Brésil


- la proposition à l’université à l’extrême sud du Brésil d’une conférence sur l’analyse des implications du chercheur dans sa recherche, dans le cadre d’un séminaire intensif sur les méthodologies qualitatives, en tenant compte de la presque totale ignorance des travaux institutionnalistes sur ces thèmes


- son travail « comme psychologue en France avec des survivants des camps de concentration bosniaques, asiatiques, espagnols, etc., avec des rescapés de la torture au Kurdistan, des familles de disparus latino-américains ou avec des jeunes « difficiles » des banlieues ou chômeurs de longue durée et comme socianalyste avec des communautés, des bidonvilles, des Indiens, des ouvriers et paysans, des syndicats, etc. au Brésil et en Uruguay, j’ai été confronté, pendant plus de quinze années, au quotidien avec cette perte des droits, cette invisibilité sociale des victimes et cette impunité des responsables qui dénoncent les génocides ».


« On est poussé en permanence à se laisser prendre par les mécanismes de cette gigantesque machine-à–exclure de l’Etat inconscient et à devenir dans ces Temps Modernes, les charlots de la Pensée Unique, infimes et indispensables gouttes d’huile, dont les engrenages néolibéraux ont besoin pour répéter sans fin la cadence infernale des génocides à la chaîne ».


Il s’interroge : « C’est ici que d’autres processus peuvent voir la lumière. Dire non à l’engrenage, faire le geste inattendu qui ouvre un chemin de traverse, questionner sans cesse notre action, notre implication : ce que je fais là, avec telle ou telle personne ou groupe ou mouvement, est-ce une goutte d’huile ou un grain de sable dans la machine ? ».


 

(...)

 

 

 

Bernadette Bellagnech

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9 octobre 2013 3 09 /10 /octobre /2013 16:50

 

L’Analyse Institutionnelle au Brésil

 

Ouvrage collectif coordonné par Lucia Ozorio

Paris, Editions AISF, coll. Transductions, 2005, 202p.

 

 

 

Ce livre a sa genèse dans le Colloque Georges Lapassade, lorsqu’en janvier 2002, l’Université de Paris 8 s’est intéressée à son histoire et a demandé à Remi Hess d’organiser une rencontre autour de l’œuvre de G. Lapassade. Ce dernier a exprimé, à son tour, son désir d’évaluer le mouvement qu’il a contribué à créer. Lucia Ozorio a été invitée à parler des séjours de Georges Lapassade au Brésil.

 

 

Dans son introduction, elle reprend des éléments de l’histoire de l’analyse institutionnelle au Brésil : « Ce livre fait partie de cette histoire. Il s’agit d’une manière de faire histoire, une histoire avec les historiens. Je m’explique. Il s’agit d’une histoire où les historiens s’impliquent dans son écriture. L’écriture, dans une perspective institutionnaliste, est une écriture autobiographique, d’après R. Hess (Delory-Momberger et Hess, 2001).  L’écriture comporte l’acte de la restitution d’une recherche. Nous sommes toujours chercheurs si nous sommes des désireux connaisseurs de la réalité. L’écriture parle directement de l’implication du chercheur dans la recherche et de son implication dans l’acte de l’écriture ».

 

 

Elle ajoute : « Ce livre raconte une histoire où les historiens – chercheurs participent avec les autres acteurs, à une certaine production de vérités, multiples qui connaissent la transduction ».

 


Elle précise : « Au Brésil, le terme analyse institutionnelle est souvent employé d’une façon générique, essayant de rendre compte d’un paradigme « institutionnaliste ». (…)         

 

« Pouvons-nous parler d’une analyse institutionnelle en dispersion au Brésil ? Si on prend en compte sa complexité historique, nous pouvons la comprendre dans ses mouvements « sur/vers un objet virtuel pour le construire et le réaliser. Ce serait une logique de l’objet possible et/ou impossible ». (Lefebvre, 1969 : p. XXIII). Il ne s’agit pas de slogans, ni d’un Sujet, ni d’un Discours homogène. Dans ce sens, l’analyse institutionnelle au Brésil est une praxis. Elle est toujours en train de se faire,  transductivement, dans plusieurs moments (Lefebvre, 1962). Le moment ouvre une perspective du dépassement de l’histoire. En même temps, il donne une version positive de la transversalité. Un moment est la négation d’autres moments qui existent en même temps et peuvent donner une compréhension plus vaste des interférences dans un processus.

 

 

L’histoire de l’analyse institutionnelle nous autorise à parler des moments théoriques et pratiques. S’il y a des moments où l’on ne sent plus le poids du contrôle étatique, il y en a d’autres où les reliquats du système capitaliste sont plus présents et forgent poiétiquement dans la praxis des rassemblements. C’est là que se joue vraiment quelque chose pour inscrire l’analyse institutionnelle dans la minoritaire histoire. C’est là que se joue vraiment quelque chose pour affirmer la genèse sociale de la production de la connaissance.

 

 

Par  la suite, différents auteurs brésiliens nous proposent leurs terrains à la manière de Georges Lapassade.

 

 

Tout d’abord, dans un entretien, Lucia Ozorio interroge Georges Lapassade sur son rôle dans l’introduction de l’AI au Brésil. G. Lapassade raconte son parcours et ses souvenirs. Les deux personnes se trouvent confrontées à leurs implications différentes vis-à-vis de l’histoire du mouvement.

 

 

Sônia Maria Pellegrini de Azeredo y relate sa recherche-intervention et son expérience en tant qu’Enseignant Orientateur de Stage pour les Licences de Psychologie de l’Education. Elle analyse les demandes des élèves-futurs maîtres en Psychologie de l’Education, les comportements des stagiaires en classe, - participant le moins possible et faisant preuve de peu d’initiatives, alors que le stage est une occasion de participer et d’apporter des connaissances-, ainsi que les dispositifs de restitution que sont les rapports de stage.

 

 

Pourtant, « nous pensons qu’à partir du moment où le stagiaire commence son année en élaborant son projet, il est déjà en train de s’approprier de ce territoire dans le domaine social de l’institution éducative.

 

 

Elle essaie de voir ce qui contribue à l’immobilisme de tant de jeunes pendant leur formation et de réfléchir sur les mécanismes de reproduction qui se logent dans l’univers des institutions éducatives.

 

 

La recherche-action de Lucia Ozorio porte sur des Politiques Participatives de Santé, processus de construction collective de la santé au Parque Royal, communauté, -terme préféré à celui de favela -, située dans le quartier d’Ilha du Governador, à Rio de Janeiro. Lucia Ozorio s’est efforcée de restituer la parole des habitants, de montrer leurs logiques de réflexivité, de conserver le vécu, et de prendre en compte l’historicité qui traverse leurs pratiques, afin d’avoir accès à la santé. 

 

 

Pour comprendre les luttes de la population dans la construction de ces politiques, il faut considérer « leur potentiel instituant, créateur face aux problèmes qu’elles doivent affronter, autant que les vicissitudes des médiations qui caractérisent leurs relations avec l’Etat, mais aussi avec d’autres acteurs, dévoilant, soit le caractère ambigu, soit le caractère institutionnalisé qu’elles adoptent en certaines conjonctures ».

 

 

« Sur le terrain, ces politiques participatives de santé se constituent comme un travail socianalytique de longue durée, en profondeur, proposant dans leur problématique la collectivisation de la santé. Leur contingence et leur immanence, qui les lient au terrain, sont des traces indispensables qui sont prises en compte. La santé à Rio a une histoire pleine d’autoritarismes qui insistent à considérer le savoir populaire comme mineur ». 

 

 

La communauté-processus se manifeste, alors, dans plusieurs moments (Lefebvre,1962).

 

 

« Plutôt que de se situer dans le contrepoint intervenir versus partager, nous préférions relever les interférences relatives à cette rencontre dans le domaine des propositions de l’éducation populaire et santé, contribuant ainsi à la compréhension de la santé qui processuellement se fonde dans l’histoire. L’acte éducatif y compris dans la santé explicite des contradictions. Les modes de faire santé auxquels les politiques participatives s’intéressent sont des expérimentations de vie d’une communauté qui vit la communauté. Celle-ci favorise le partage des expérimentations de vie, en commun…. ».

 

 

(...)

 

 

Bernadette Bellagnech

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Publié in Les IrrAIductibles n°10

 

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7 octobre 2013 1 07 /10 /octobre /2013 10:28

 

Les auteurs

 

 

Remi Hess, professeur de sciences de l'éducation à l'Université de Paris 8. Auteur d'une quarantaine de livres, il s'est lancé dans une relecture et une réédition de l'œuvre d'Henri Lefebvre dont il avait publié la biographie en 1988.

Il a publié récemment Le moment de la thèse et Voyage à Rio, sur les traces de René Lourau, en cours de traduction au Brésil.

 

 

Lúcia Ozório, psychanalyste, analyste institutionnelle, professeur à l'Université CEUCEL, de Rio de Janeiro, chercheuse associée à Experice (Centre de recherche en éducation habilité, Paris 13-Paris 8 ; France) et au Réseau d'Education Populaire et Santé, Brésil.

Lignes de recherche : éducation populaire et santé ; problématisation de la communauté en tant que praxis ; les histoires de vie. Intérêt pour un mode de voyage expansif entre les blocs de savoirs, notamment l'analyse institutionnelle, l'anthropologie, la psychanalyse et l'historiographie (histoires orales de vie).

Recherche actuelle : Les histoires de vie des communautés pauvres au Brésil.

 

 

Georges Lapassade professeur émérite à l'université de Paris 8. Il est l'auteur d'une œuvre importante sur l'analyse institutionnelle, l'entrée dans la vie et l'ethnographie de la transe. Membre du comité éditorial de l'AlSF.

 

 

Sonia Maria Pellegrini de Azeredo, psychologue au Secrétariat de l'Education de la municipalité de Rio de Janeiro ; professeur de stage en psychologie de l'université CEUCEL ; professeur des écoles de formation de maître du 1er cycle du Secrétariat de l'Education de l'Etat de Rio de Janeiro ; master en Psychologie Sociale de l'Université de l'Etat de Rio de Janeiro (UERJ).

 

 

Marisa Lopes Da Rocha, professeur adjoint et chercheuse en éducation au Département de Psychologie Sociale et Institutionnelle de l'Institut de Psychologie de l'Université de l'Etat de Rio de Janeiro ; Master en philosophie de l'Education par IESAE/FGV et doctorat en psychologie au Nùcleo de Estudos e Pesquisas da Subjetividade de PUC/SP.

 

 

Alfredo Guillermo Martin Gentini, psychologue, socianalyste et docteur en Sciences de l'Education, professeur à l'Université Fédérale de Rio Grande, travaille dans la formation, la recherche et l'intervention institutionnelle depuis 25 ans en Amérique Latine et Europe. Militant des Droits de l'Homme, a coordonné la Consultation Psychologique des Réfugiés, Migrants et Solliciteurs d'Asile (Toulouse).

Il a publié Les mères folles de la place de mai : maternité, contre-institution et raison d'Etat : une introduction à l'étude et l'apprentissage des analyseurs historiques / Alfredo Martin Gentini ; préf. de Hebe Bonafini, (Renaudot, 1989).

 

 

Jacyara Carrijo Rochael-Nasciutti : Professeur adjoint et chercheuse au Programme de Post graduation en Psychosociologie de communauté et d'Ecologie sociale à l'Institut de Psychologie de l'Université Fédérale de Rio de Janeiro. Docteur en Psychosociologie clinique en Université Paris VII (1991).

 

 

Sonia Altoé : professeur au Département de Psychologie Sociale et Institutionnelle de l'Institut de Psychologie de l'Université de l'Etat de Rio de Janeiro ; psychanalyste. Professeur au cours de Spécialisation en Psychologie Juridique et au cours de Maîtrise en Psychanalyse/UERJ).

 

 

Heliana de Barras Conde Rodrigues, psychologue, professeur de l'Université de l'Etat de Rio de Janeiro (UERJ), analyste institutionnelle.

Principaux intérêts : concepts-outils de l'analyse institutionnelle, généalogie inspirée de Michel Foucault et histoire des pratiques et savoirs psychologiques au Brésil.

Projet actuel de recherche : polyphonies de l'analyse institutionnelle au Brésil.

 

 

Edson Luiz André de Sousa, psychanalyste, analyste associé de l'Association Psychanalytique de Porto Alegre ; professeur de l'Institut de Psychologie, de l'Institut de Post-Graduation em Psychologie Sociale et de l'Institut de Post-Graduation en Arts Visuels de l'Université Fédérale de Rio Grande do Sul. Docteur en Psychanalyse et Psychopathologie de l'Université Paris VI.

Auteur du livre : Freud, édition Abril, São Paulo, 2005.

 

 

 

Mis en ligne par Benyounès et Bernadette Bellagnech

 

 

 

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5 octobre 2013 6 05 /10 /octobre /2013 14:17

 

Utopies en tant qu'ancres symboliques (4)

 

 

Si nous vivons de nos jours l'impasse du discrédit attribué à la fonction des utopies, nous ne pouvons oublier que l'utopie a toujours eu dans l'histoire de l'humanité une fonction de critique sociale, fonctionnant plutôt comme une invitation à ne pas prendre les formes de vie qui se présentent pour des formes définitives, irréversibles et naturelles. Dans ce sens, elle pourrait remplir l'importante mission d'arracher les sujets du marécage du sens commun qui institue les sens auxquels nous devrions nous plier. L'utopie a ici une fonction d'invitation à l'imagination. Elle permet aux sujets de faire un lieu des espaces où ils vivent. Elle ouvre donc des lieux pour des images possibles. Tout acte créatif porte en soi une utopie. Le sens de l'utopie ne serait-il pas, dans un premier temps, d'aller vers la réalité, mais surtout contre la réalité. On pense volontiers à l'utopie comme quelque chose en dehors de la réalité, illusion, évasion, fantasme, délire, projets vides. Cette forme d'utopie fonctionnerait dans le vecteur classique présent - futur. Son horizon serait toujours une recherche de devenir réel. Si nous nous restreignons à cette perspective, ces formes utopiques perdent leur force. Comme le propose Roger Dadoun (1), nous pouvons inverser le sens du vecteur et penser à l'utopie comme à un mouvement qui va du futur au passé, dans un courant contre la réalité. L'utopie acquiert ici sa vertu de critique sociale.

 

 

Il s'agit, par conséquent, d'images qui peuvent fonctionner comme des ancres symboliques fondant des lieux. Cette voix de l'imagination, que nous devrions tellement attendre des intellectuels, se consolide quand ceux-ci se compromettent, de par leur œuvre, dans le débat des valeurs de leur temps. La culture fait lien social et pour cela elle ne peut devenir territoire privatif de quelques-uns et zone réduite d'experts qui ne sont pas toujours prêts à lutter pour le bien commun et qui oublient aisément la dimension politique d'une production. Si nous pensons la culture en tant que voyage, comme le suggère James Clifford, nous percevons qu'elle crée de nouveaux territoires de circulation et de vies possibles. Elle doit nécessairement être présente dans toute politique d'inclusion sociale.

 

 

Il est de plus en plus nécessaire d'avoir une utopie qui remplisse la fonction de réveil et qui puisse combattre les multiples visages de la violence à laquelle nous nous confrontons : la violence du dogmatisme, la violence de l'hégémonie des formes du sens commun qui empêchent l'apparition du nouveau, en anesthésiant les singularités, la violence des discussions politiques vides d'attitudes.

 

 

 

(1) BARBANTI, Roberto (org.). "L'art au XX siècle et l'utopie" Paris, L'Harmattan, 2000.

 

 

 

Edson Luiz André de Sousa

 

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